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Veículos a gás são novo alvo de fraudes em postos

Posted by TECNOIMPORTS ® on 09:33
Plantão | Publicada em 10/11/2008 às 21h24m

Jornal Nacional

• MÉDIA: 4,0

SÃO PAULO - Depois da gasolina misturada com solvente, da gasolina com muito mais álcool do que deveria, do álcool misturado com água e das bombas preparadas para enganar os consumidores, os postos de combustível apresentam uma nova modalidade de fraude. Um novo golpe, bastante perigoso, está sendo aplicado em vários postos da capital paulista - prejudicando estabelecimentos que querem trabalhar dentro da lei. É a adulteração dos medidores do produto.

A frota de carros a gás aumenta em São Paulo, mas, muitos postos que vendem gás combustível enfrentam um estranho fenômeno: o sumiço da clientela.

- Chegou em alguns locais a 80% de queda - afirma o dono de um posto que denunciou o esquema.

É que o consumidor abastece onde é mais barato, mas donos de postos prejudicados acusam: por trás de preços totalmente fora da realidade do mercado, quase sempre existe um fraudador.

- Um mercado que, no começo, a gente achou que era impossível de ser fraudado, porque o gás vem canalizado, hoje eles estão conseguindo adulterar não o produto, mas a quantidade que é vendida e a quantidade que é cobrada pela Comgás - afirma a testemunha.

A maioria das fraudes é feita antes que o gás vá para a bomba de abastecimento. Os golpistas mexem no medidor, o equipamento que registra a passagem do combustível que vem da Comgás, a fornecedora. Eles rompem lacres e trocam as engrenagens. O relógio mostra então um volume de gás bem menor do que o que passa e o dono do posto só paga uma parte, a que fica marcada no medidor. O preço da fraude: até R$ 30 mil por medidor.

- Você paga uma parte pelo serviço e depois paga uma mensalidade pelo gás que foi desviado. Você pode escolher se você quer adulterar 10%, 20% até 50% - diz a testemunha.

Donos de postos apontam quem executa o esquema fraudulento. São funcionários terceirizados que fazem manutenção dos equipamentos de gás.

- Isso é oferecido sem o menor constrangimento e acreditam que você, por ver ali uma forma de lucro fácil, vai aceitar de pronto - afirma a testemunha.
O problema é que o esquema não prejudica apenas o mercado e o consumidor.

- Quando você adultera qualquer componente que é lacrado na fabricação e que tem uma série de lacres justamente para que ninguém mexa, você está introduzindo um risco desconhecido, mas com certeza muito perigoso e muito grande - disse José Fábio de Campos, engenheiro do Ipem e especialista em segurança.

Num documento em que pede providências ao Ministério Público, a Comgás, vítima do desvio, diz que vem informando à polícia sobre indícios de fraude e que, nos últimos meses, percebeu que o golpe se alastrou. A empresa afirma ainda que está desenvolvendo novas técnicas para aumentar a proteção dos medidores. A promotoria estima que o furto de gás e a sonegação de impostos cheguem ao equivalente a R$ 6 milhões por mês e calcula que um em cada três postos opere com medidores adulterados na Grande São Paulo.

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